Ao contrário do burnout, que é mais intenso e geralmente resulta em afastamento médico, o burn-on refere-se a uma exaustão crônica, de caráter depressivo, gerada por longas jornadas de trabalho e pressão constante.
Muitas vezes, quem passa por esse desgaste contínuo não percebe os sinais, mesmo diante de sentimentos como, por exemplo, o desânimo e a desesperança. Neste artigo, vamos entender mais sobre esse problema de saúde mental, o que dizem os especialistas e quais os sintomas a serem observados, além de entender qual é o papel das organizações nesse cenário.
Confira os tópicos a seguir:
Burn-on: o que é?
Burn-on é uma doença crônica, classificada como uma depressão mascarada. Esse termo foi criado pelo psiquiatra Timo Schiele e pelo psicoterapeuta Dr. Bert te Wildt, coautores do livro Burn-on: Sempre à Beira do Burnout ¹.
Nele, os autores exploram duas síndromes intimamente ligadas: enquanto o burnout se refere a uma exaustão depressiva aguda, o burn-on representa uma condição crônica.
“Achamos que seria útil descrever essa exaustão depressiva crônica de maneira mais clara e criar um novo termo que ajudasse a categorizar os pacientes com maior precisão”, explica Wildt.
Na 11ª revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID) ³ da Organização Mundial da Saúde, o burnout é reconhecido como um fenômeno ocupacional, não como uma condição médica, diferentemente da depressão, embora os sintomas possam ser parecidos.
Burn-on: quais são as causas?
Em muitas sociedades, o desempenho e o sucesso são vistos como indicadores de status social. O burn-on é particularmente comum em profissões onde se exige e valoriza um grande investimento de tempo, frequentemente além do horário de trabalho regular.
“Depois de um certo ponto de esforço e autoalienação, nenhum trabalho é satisfatório”, observa o Dr. te Wildt.
Os sinais de burn-on também são frequentes entre profissionais com horários pouco definidos ou que atuam diretamente com pessoas, como enfermeiros, médicos, terapeutas e professores. “Esses profissionais geralmente têm a responsabilidade de cuidar de outros”, ele acrescenta.
Qual é a diferença entre burnout e burn-on?
Enquanto o burnout é descrito pela CID-11 como uma síndrome resultante do estresse crônico no trabalho que não foi gerenciado de forma eficaz, o burn-on pode ser visto como uma espécie de depressão disfarçada.
“Os pacientes estão sempre à beira do colapso, mas continuam em frente, escondendo por trás de um sorriso uma exaustão e depressão de outra natureza.”, afirma o Dr. te Wildt.
Essa é a principal diferença entre burn-on e burnout, explica o coautor do termo. Enquanto os que sofrem de burnout acabam sucumbindo e se afastam do trabalho, os que enfrentam o burn-on continuam suas atividades profissionais.
Ou seja, o burn-on não pode ser encarado de forma positiva, já que também é uma condição marcada por intenso sofrimento. A pessoa segue cumprindo suas funções, porém sua vida social e pessoal se deteriora, perdendo o prazer e a alegria.
Muitos não conseguem associar seus sintomas ao envolvimento com o trabalho, observa o especialista. Pode levar anos até que percebam que algo está errado.
Quais são os sintomas do burn-on?
Pessoas afetadas pelo burn-on ficam mentalmente presas ao trabalho. Isso se reflete em um foco obsessivo na produtividade e no desempenho, algo que também transborda para sua vida pessoal.
Em termos emocionais, a depressão prevalece. Embora sejam profissionais bem-sucedidos e focados em resultados, não conseguem sentir orgulho de suas realizações e se veem como insuficientes. Sentimentos de culpa e vergonha são comuns, mesmo que estejam sempre disponíveis para o trabalho e para os outros.
“Apesar de suas grandes conquistas, vivem com a sensação de nunca fazer o bastante”, afirma o Dr. te Wildt.
Essa pressão constante resulta em um profundo vazio interior, desesperança, ausência de prazer e uma sensação de falta de propósito. “Muitos não conseguem mais identificar seus limites, paixões ou interesses”, comenta o Prof. Becker. “Eles também não conseguem saborear os próprios sucessos.”
Ou seja, esses profissionais sentem-se exaustos e apáticos, mas, paradoxalmente, incapazes de relaxar. Fisicamente, os sintomas variam de pressão alta, dores nas costas e enxaquecas a zumbido no ouvido e insônia, com o corpo em um estado constante de estresse.
Burn-on: como as empresas podem apoiar os colaboradores?
Muitas pessoas afetadas pelo burn-on precisam, antes de tudo, reconhecer que têm um problema e, a partir daí, tomar a decisão de buscar ajuda. Nesse contexto, as organizações podem ajudar os colaboradores a superarem esses sintomas.
Ofereça benefícios de bem-estar e saúde mental
Uma das maneiras mais eficazes de combater o burn-on é oferecer benefícios que cuidem da saúde mental e emocional dos colaboradores. Através da GoGood, por exemplo, as empresas conseguem disponibilizar diversos benefícios e serviços em bem-estar – como psicoterapia e outras especialidades de forma ilimitada e gratuita para os colaboradores.
Ao identificar sinais de esgotamento, os colaboradores podem encontrar apoio nessas soluções. Desse modo, ao fornecer acesso a esses recursos, as empresas demonstram um compromisso com o bem-estar integral dos funcionários.
Além disso, criar campanhas internas para incentivar o uso regular dessas ferramentas pode aumentar a conscientização sobre a importância do autocuidado – e a GoGood também pode ajudar você nessa missão. Afinal, cada organização parceira conta com um time de sucesso dos clientes, que propõe e apoia ações de engajamento desses benefícios.
Incentive a prática de atividades físicas regulares
A prática de atividades físicas é uma das estratégias mais eficazes para reduzir o estresse e melhorar a saúde mental. Empresas que utilizam a GoGood, por exemplo, podem oferecer acesso a milhares de academias e centenas de modalidades, além de treinos personalizados, planos de atividades ou até desafios de equipe através de educadores físicos disponíveis na plataforma.
Em outras palavras, o foco aqui é criar uma rotina que permita aos colaboradores encontrar momentos de descontração e liberar o estresse acumulado no dia a dia. A seguir, confira como a prática de atividades físicas a partir de um benefício de bem-estar mudou a rotina na Pharlab – organização parceira da GoGood:
Esse tipo de investimento engaja os funcionários e os motiva a se manterem ativos, criando um ambiente mais saudável e colaborativo. Empresas podem ainda oferecer horários flexíveis para que os funcionários possam encaixar atividades físicas durante o expediente, melhorando tanto a disposição quanto a produtividade.
Promova o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional
O burn-on pode surgir quando os limites entre a vida profissional e pessoal se misturam. Desse modo, as empresas podem promover mais equilíbrio ao instituir políticas de flexibilidade no horário de trabalho.
Segundo o Dr. te Wildt, é essencial que elas encontrem momentos e espaços que não sejam apenas funcionais, mas que toquem suas emoções e seu corpo de forma significativa. “Gosto de usar o termo ‘santuários’ – criar refúgios para sua própria humanidade, fora do ritmo acelerado do trabalho.”
Desse modo, as empresas podem ajudar na criação de espaços de descompressão no ambiente de trabalho, utilizando práticas e atividades relaxantes – como ioga e pilates, que estão disponíveis na GoGood. Essa iniciativa ajuda os funcionários a recarregarem suas energias e a manterem um equilíbrio saudável entre trabalho e vida pessoal. Saiba mais a partir do vídeo a seguir:
Bônus: conheça a GoGood
Promover o bem-estar dos colaboradores é crucial para evitar o burn-on e criar um ambiente de trabalho saudável e produtivo. Contar com um parceiro especializado pode ser uma estratégia eficaz para alcançar esse objetivo.
Com a GoGood, sua empresa oferece aos colaboradores uma plataforma completa de benefícios voltados para o bem-estar físico e mental, prevenindo sintomas de esgotamento crônico. Ao contratar um dos nossos pacotes, a sua empresa oferece aos colaboradores:
- Acesso a milhares de academias;
- Diversas modalidades de atividades físicas para todos os gostos;
- Telemedicina gratuita e ilimitada;
- Plano odontológico.
Ao integrar essas vantagens, sua organização não só melhora a saúde física e mental dos funcionários, mas também promove um equilíbrio saudável entre vida pessoal e profissional, essencial para combater o burn-on.
Além disso, os colaboradores também podem otimizar suas finanças, vivendo uma vida mais equilibrada e com menos estresse. Preencha o formulário abaixo e descubra como a GoGood pode transformar o bem-estar na sua empresa:
Referências
- Burn On: Immer kurz vorm Burn Out: Das unerkannte Leiden und was dagegen hilft
- Forget about work-life balance: don’t burn for your job, keep the flow | Bert te Wildt | TEDxBasel
- CID-11