Burnout no trabalho: quanto custa às empresas?

Além de afetar a saúde dos colaboradores, o burnout no trabalho tem se tornado um problema que também atinge o desempenho e a sustentabilidade das empresas. Em outras palavras, seu impacto vai além das questões individuais, refletindo diretamente nos custos operacionais e na cultura organizacional, que pode ser prejudicada pela desmotivação e pelo desgaste das equipes.

Neste artigo, compreenda as causas e os custos associados à síndrome é crucial para mitigar seus efeitos negativos. Ao explorar o impacto financeiro do burnout e as estratégias para enfrentá-lo, as empresas podem desenvolver políticas mais eficazes para preservar o bem-estar dos colaboradores e melhorar o ambiente de trabalho como um todo. Acompanhe!

O que é burnout?

Burnout é uma condição de exaustão física e emocional prolongada, que muitas vezes vem acompanhada de desânimo, afastamento e queda na produtividade. Entre as principais consequências causadas por essa síndrome para empresas estão:

  • Aumento do absenteísmo;
  • Queda na produtividade;
  • Alto nível de rotatividade;
  • Impacto negativo na cultura da empresa;
  • Aumento dos custos com saúde;
  • Enfraquecimento da reputação da empresa.

Embora o absenteísmo seja um sinal claro de que os colaboradores estão sobrecarregados – ou cumprindo suas funções sem o apoio necessário –, por exemplo, ele é apenas um sintoma de uma equipe em dificuldade – e geralmente só se torna evidente quando o impacto na saúde já ocorreu.

Nesse contexto, o burnout no trabalho é um alerta de que a rotina de trabalho e demandas não estão indo como esperado. Ou seja, ele sinaliza a necessidade de reavaliar prioridades, ajustar o ritmo ou buscar apoio para evitar um impacto ainda maior na saúde e na produtividade. 

Para combatê-lo, é necessário conhecer suas causas. A seguir, seis razões comuns pelas quais as pessoas se veem presas na busca de suas metas e acabam enfrentando burnout no trabalho.

6 principais causas de burnout no trabalho

Segundo a pesquisa de Christina Maslach [1]  – psicóloga organizacional que dedicou sua carreira a estudar as causas do burnout –, os motivos identificados não são isolados. Isto é, na maioria dos casos, as pessoas enfrentam a síndrome devido a uma combinação de fatores. Para ilustrar, vamos explicar cada um desses motivos com exemplos.

1. Metas inatingíveis 

Uma das principais causas de burnout no trabalho é a definição de metas que são impossíveis de alcançar. Talvez os colaboradores tenham se esgotado porque suas cargas de trabalho foram, por muito tempo, inalcançáveis, ou porque não possuem as habilidades necessárias para realizar as tarefas. 

Se, nos últimos meses, eles se sentiram como se estivessem em uma esteira interminável, onde a única recompensa por concluir uma tarefa é receber mais trabalho, o esgotamento – e, consequentemente, o burnout – não é surpresa. Em alguns casos, as metas são inatingíveis não apenas pela demanda objetiva do trabalho, mas também por expectativas irreais que os profissionais acabam internalizando devido a pressões familiares, dos colegas ou da própria cultura de competitividade intensa.

2. Imprevisibilidade

Nesse caso, esse funcionário sente que atingir suas metas é um jogo de sorte: não há uma conexão clara entre o esforço que ele coloca e o sucesso que alcança. Por exemplo, em uma semana, ele passa quatro dias preparando uma apresentação que é cancelada de última hora. Ou seja, muito esforço, nenhuma recompensa. 

Na semana seguinte, ele é elogiado na frente de toda a empresa por um trabalho que levou apenas dez minutos – isto é, pouco esforço, muitos elogios. Com isso, é fácil entender porque essa pessoa não se sente motivada a se esforçar: o esforço nem sempre resulta em sucesso. 

Quando há muita imprevisibilidade, tendemos a desistir rapidamente – um fenômeno conhecido como desamparo aprendido. Portanto, a falta de consistência entre esforço e recompensa é uma das principais causas de burnout no trabalho. Desse modo, sua equipe precisa ver uma relação clara entre esforço e resultado, ou a motivação para progredir será bloqueada. 

3. Falta de recompensas

Os colaboradores são movidos por três fatores essenciais para que o trabalho seja satisfatório: autonomia, maestria e propósito.

Drive (Daniel Pink)

Ou seja, eles querem ter controle sobre suas próprias tarefas, desejam ser bons no que fazem e buscam que seu trabalho tenha um significado maior (seja conectado a uma causa, a um senso de comunidade ou a um conjunto de valores). 

Mesmo que não percebam conscientemente, a busca por esses três fatores orienta suas ações. Se eles não encontrarem nenhuma delas — sendo constantemente microgerenciados, sem a chance de aprimorar suas habilidades, ou sentindo que seu trabalho é irrelevante — o risco de esgotamento cresce significativamente.

4. Injustiça

Ao explorar as causas do burnout no trabalho, um fator que aparece constantemente é a percepção de justiça. Quando recompensas financeiras e cargas de trabalho são distribuídas de maneira desigual, quando superiores reconhecem e recompensam tarefas que não foram realizadas pelos colaboradores, ou quando promoções e avaliações parecem ser tendenciosas, isso pode levar ao esgotamento. Além disso, um ambiente de trabalho com uma cultura tóxica e falta de apoio contribui significativamente para o desgaste dos profissionais.

5. Contradição

Quando há mensagens contraditórias no ambiente de trabalho, isso pode levar ao esgotamento. Por exemplo, dizem aos colaboradores que um bom desempenho será reconhecido e elogiado, mas, quando eles fazem um excelente trabalho, enfrentam ressentimento e ciúmes dos colegas e até mesmo a hostilidade de suas lideranças. 

Informam que é ótimo ter ideias inovadoras, mas, na prática, a cultura da empresa é avessa a riscos, e apresentar novas ideias pode resultar em rejeição e constrangimento público. Além disso, incentivam o trabalho colaborativo, mas ficam frustrados quando alguém pede para discutir um projeto. Assim como em um relacionamento onde há uma desconexão entre o que é dito e o que é feito, essas mensagens confusas tornam quase impossível um envolvimento pleno com o trabalho, deixando os colaboradores confusos, estressados e esgotados.

6. Objetivos errados

O burnout no trabalho pode ocorrer quando os colaboradores buscam objetivos que não são compatíveis com suas verdadeiras aspirações. Por exemplo, um funcionário pode desejar se relacionar bem com os outros, uma característica de alta afabilidade, mas seu trabalho exige que ele dê feedback difícil e crítico. 

Outra pessoa pode valorizar ser direto e transparente, mas a função exige que mantenha suas opiniões reservadas. Além disso, pode haver aqueles cuja história de vida é sobre fazer uma grande diferença para poucas pessoas, mas o trabalho atual é focado em fazer pequenas mudanças para muitas pessoas. 

Tentar atingir objetivos que não correspondem às suas verdadeiras metas é como correr uma maratona com um colete de peso: é possível, mas extremamente difícil e faz com que a desistência seja mais provável ao longo do caminho.

Burnout no trabalho: quais são os principais custos para as empresas?

Burnout pode afetar os colaboradores de diversas formas, levando à sobrecarga em situações que antes seriam fáceis de enfrentar. Com sintomas como fadiga, negatividade e baixa produtividade, os custos do burnout são evidentes. Mas, do ponto de vista empresarial, qual é o impacto?

Perda de produtividade

Colaboradores esgotados simplesmente não têm energia ou motivação para entregar seu melhor desempenho ou para trabalhar rapidamente. Ou seja, significa que parte do trabalho ficará inacabado. 

Eles terão dificuldades para se concentrar e se comunicar com a equipe, e provavelmente estarão mentalmente distraídos o tempo todo. Com pouco sono, a inovação também é prejudicada, pois quando o cérebro está no modo de sobrevivência, não há espaço para criatividade, o que é especialmente problemático para profissões criativas. A presença no trabalho sem conseguir desempenhar bem é conhecida como presenteísmo. Segundo a Deloitte [3] – auditoria de gestão de riscos:

Estima-se que o presenteísmo relacionado à saúde mental custou aos empregadores do Reino Unido entre £ 24 e £ 28 bilhões apenas em 2021.

Absenteísmo

Em 2021, licenças médicas por problemas de saúde mental foram a principal causa de afastamento do trabalho. Segundo a MetLife [4]:

Mais de 40% dos trabalhadores relataram que estavam ausentes devido a exaustão, estresse ou sobrecarga.

Quando os colaboradores enfrentam um burnout, é comum que precisem tirar licença para lidar com sintomas físicos e emocionais. Dessa forma, esse comportamento pode levar a custos adicionais para os empregadores, que podem precisar contratar temporariamente para cobrir a carga de trabalho dos funcionários ausentes.

Rotatividade

61% das pessoas que saíram de seus empregos ou estão planejando sair citam problemas de saúde mental como uma das razões. [5]

Nesse contexto, substituir colaboradores é caro: desde os custos de recrutamento até o treinamento e negociação salarial, é possível gastar cerca de 20% do salário anual de um funcionário para substituir alguém em uma posição intermediária.

Como reduzir o impacto financeiro do esgotamento no trabalho?

Felizmente, é possível tomar várias medidas para proteger a saúde mental da sua equipe e garantir que eles se sintam seguros, valorizados e motivados no trabalho. A seguir, estão algumas maneiras de reduzir os custos financeiros do burnout no trabalho:

Identifique e resolva as causas do esgotamento

Implemente políticas capazes de oferecer suporte em relação aos principais fatores que contribuem para o esgotamento – por exemplo, a falta de equilíbrio entre vida pessoal e profissional, falta de autonomia e recompensas, e metas desbalanceadas.

Promova a saúde mental e o bem-estar

Encontre formas de prevenir o esgotamento, melhorando o bem-estar geral dos funcionários e direcionando aqueles que enfrentam dificuldades para programas de assistência ou serviços de aconselhamento especializados.

Ofereça flexibilidade

Permita horários de trabalho adaptáveis e semanas de trabalho comprimidas para ajudar os funcionários a equilibrar vida pessoal e profissional, reduzir o estresse e prevenir o esgotamento.

Incentive pausas regulares

Encoraje os funcionários a fazer pausas frequentes para gerenciar melhor sua carga de trabalho e evitar o burnout. Promover uma cultura de autocuidado e apoiar os funcionários em tirar folgas pode ajudar a reduzir os custos com absenteísmo e presenteísmo.

Burnout no trabalho: por que investir na saúde mental dos colaboradores?

De fato, o burnout é um problema crescente que afeta diretamente a saúde mental dos colaboradores e a produtividade das empresas. Quando os funcionários enfrentam estresse e exaustão, por exemplo, sua capacidade de realizar tarefas de maneira eficaz é comprometida. 

Isso não só reduz o desempenho individual, mas também pode gerar um ambiente de trabalho tóxico e desmotivador. Ou seja, investir na saúde mental dos colaboradores é crucial para manter um time engajado e produtivo.

A promoção do bem-estar mental pode trazer inúmeros benefícios para a empresa. Colaboradores que se sentem apoiados e valorizados são mais propensos a permanecer na empresa, o que reduz os custos associados à rotatividade e ao recrutamento. Além disso, um ambiente de trabalho saudável pode estimular a inovação e a criatividade, pois funcionários com menos estresse têm mais capacidade de pensar de forma criativa e de colaborar efetivamente. Implementar políticas de apoio à saúde mental é, portanto, uma estratégia inteligente para melhorar o desempenho geral e a satisfação no trabalho.

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  • Academias;
  • Psicoterapia;
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  • Consultas médicas com especialistas;
  • Telenutrição;
  • Plano odontológico.

Esses recursos são fundamentais para reduzir o estresse e prevenir o esgotamento, proporcionando um suporte abrangente para o bem-estar dos colaboradores. Para saber mais sobre como a GoGood pode ajudar sua empresa a combater o burnout e melhorar o ambiente de trabalho, preencha o formulário abaixo e solicite sua cotação gratuita:

Referências

  1. SIX AREAS OF WORKLIFE: A MODEL OF THE ORGANIZATIONAL CONTEXT OF BURNOUT 
  2. Drive: The Surprising Truth about What Motivates Us
  3. Mental health and employers | The case for investment – Pandemic and beyond 
  4. 10 Million Brits pull sickie | MetLife 
  5. Poor mental health costs employers to pount 56 billion a year 
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