O debate sobre a saúde mental nas organizações tem crescido no Brasil e no mundo. Nos últimos anos, os índices de profissionais afastados do mercado de trabalho por causa de doenças psicológicas aumentou. Esse cenário pode ser avaliado por duas óticas diferentes. Por um lado, é um drama pessoal do colaborador, mas por outro, as empresas têm sua parte de responsabilidade nisso, além de sentirem o impacto nos resultados financeiros das corporações.
O Brasil tem mais de 11 milhões de pessoas diagnosticadas com depressão e mais de 18 milhões com ansiedade. Apesar dos dados serem expressivos e atingirem profissionais em atuação no mercado de trabalho, apenas 18% das empresas mantêm um programa para cuidar da saúde mental do time. Falar sobre esse assunto é necessário e valioso tanto para empresas quanto para colaboradores.
Neste artigo, vamos apresentar algumas formas de lidar com o problema para evitar custos de saúde e a perda de produtividade na sua empresa.
Como as empresas são prejudicadas pelas doenças que atingem a saúde mental do colaborador?
Quando um colaborador está afastado por uma questão de saúde mental, a empresa é impactada de duas formas. Por um lado, existe a perda de produtividade no trabalho. Se uma nova pessoa for contratada para realizar as atividades de quem se afastou, existe um período mínimo de 3 meses até seja possível acompanhar o ritmo dos demais integrantes da equipe.
Por outro lado, se a opção for distribuir as tarefas para outros funcionários, eles podem ficar sobrecarregados. Isso provoca um efeito cascata: o excesso de atividades pode causar novos problemas, como a ansiedade e o estresse, gerando novos afastamentos e mais perdas para a empresa.
Quais são as doenças mentais mais comuns e suas causas
Doenças que afetam a saúde mental do colaborador, como a depressão, estão mais frequentes. Se no passado o problema era tratado com preconceito, sendo visto como uma fraqueza moral ou falta do que fazer, hoje o tema está mais difundido e o distúrbio é entendido como uma doença a ser tratada.
Especialistas afirmam que a conjuntura econômica do país influencia no desenvolvimento de doenças psicossomáticas. O medo de perder o emprego leva o trabalhador a se submeter a situações degradantes. A rotina de trabalho exaustiva também é prejudicial para a saúde do corpo e da mente.
Uma das consequências disso é a síndrome de burnout, doença que está sendo bastante discutida nos últimos tempos. Essa enfermidade está diretamente relacionada com a atividade profissional, pois se trata do esgotamento mental causado pelo excesso de trabalho. Recentemente, a Organização Mundial de Saúde adicionou a síndrome em sua lista de doenças.
Como reconhecer distúrbios de saúde mental
Identificar os sinais de uma doença da mente não é um processo simples. Isso ocorre, principalmente, quando a doença está diretamente relacionada com a atividade profissional do colaborador. Para ajudar nesse sentido, selecionamos dicas para reconhecer e se antecipar aos problemas de saúde mental nos seus funcionários.
Ofereça canais de diálogo
A primeira dica para identificar necessidades específicas dos colaboradores nesse sentido é manter canais de diálogo abertos. Crie espaços ou ambientes para que o funcionário possa falar sobre o que está sentindo no momento, que tenham ou não relação com o trabalho. Muitas vezes uma situação pessoal ou familiar interfere de forma decisiva na rotina profissional.
Capacite as lideranças
Há muitos casos em que o próprio colaborador não identifica que está sofrendo com alguma dificuldade de ordem psicológica. A ansiedade, por exemplo, é bastante difícil de detectar. Os líderes devem estar atentos para perceber os sinais e lidar com essas situações.
É papel da empresa desenvolver esses profissionais para lidar com o surgimento de doenças psicossomáticas dentro da equipe. Busque auxílio profissional, promova diálogos e treinamentos para capacitar os líderes.
Tenha um plano de saúde mental
A empresa deve oferecer amparo ao profissional que desenvolveu uma doença psicossomática. A criação de um plano de saúde mental é formada por estratégias que ajudam a prevenir essas doenças e dão suporte ao tratamento dos profissionais que já foram afetados.
Os transtornos comportamentais e de saúde mental já são a terceira causa de afastamento de trabalhadores no Brasil. O apoio psicológico, o envolvimento de comunidades habilitadas a lidar com esses problemas, acompanhamento profissional e outras ações ajudam a formar o plano de saúde mental.
Invista em programas de qualidade de vida
O bem-estar e qualidade de vida no trabalho influenciam diretamente na saúde mental do colaborador. A empresa deve investir em ações que tornem o ambiente corporativo um local agradável e propício para o desenvolvimento profissional e que possam ajudá-lo a alcançar seus objetivos.
Os programas de qualidade de vida caminham nessa direção. As iniciativas estimulam hábitos saudáveis nos profissionais, como alimentação adequada, prática de exercícios físicos, maior qualidade do sono, reduz o estresse, ajuda a prevenir doenças crônicas etc.
Empresas que investem em qualidade de vida conseguem tornar o ambiente mais agradável e reduzir os riscos do colaborador desenvolver uma doença psicossomática. Veja como melhorar a saúde mental do colaborador com ações práticas.